sábado, 4 de novembro de 2017

Lábios de mapear estrelas na pele - série "Tórridas palavras"

Da constelação de pintas do corpo dela partem sinais de farol à ávida boca. Elas querem sentir o calor que da fenda emana.
Da nudez de céu sem nuvens e roupas, espalhados como no espaço, os nevos emitem desejo de simbiose explícita. Querem derreter como gotas de chocolate em massa quente, tórrida.
Ele começa a contar. O mapear amante perde a conta. Reconta. Era culpa do balé de estrelas, Ela não para e se contorce de prazer, e assim o céu parece se mexer. Era como se os pontos insistissem em fugir para o sempre recomeço. Os pontos querem ser seguidos por olhos, dedos, lábios, lingua e ponteios libidinais, sem pudor. Na entrega dos olhos fechados para o gozo, os pontos brilham mais, como se encravados na retina.
Chega, impossivel mapear. Os amantes percebem juntos que o desejo está na busca da contagem, e não no resultado final. E amanhã tentarão mais uma vez, até o não cansar. Agora querem apenas o hoje, querem o possuir de corpos unidos, tal qual fosse um, e os pontos acabam por se somar na adição  dessa entrega, como se não houvesse outro amanhecer para aquelas estrelas.

Um comentário:

Anônimo disse...

👏👏👏👏👏