quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Cerejas e unhas vermelhas



Ainda no campo das vaidades, boa parte das minhas últimas reflexões sobre “ser mulher” vem dos longos bate-papos com uma grande amiga. Já aprendi e ri muito de suas dicas.

Sua experiência pode não ter vindo de números, mas sim do que ela traz dentro de si, e é desse mérito que brota minha inspiração. É um instinto que descobri que tenho também.

Hoje dá para imaginar cenas que antes nunca habitariam espontaneamente minha mente... os temas já foram da mais bonita maquiagem até a furta-cor da lingerie mais adequada para cada situação, pensando, é claro, em variar. Não esquecendo de mantê-las sempre no menor tamanho possível. Os aromas, os acessórios, as sandálias de salto em perfeita harmonia com as peças do jogo... divertidíssimo pensar! Ah! Vale a advertência: cuidado com colchões d’água e salto agulha!!!

A última conversa foi a excelente combinação de cerejas e unhas vermelhas. Chegamos à conclusão que, gostando ou não da fruta, a parceria faz efeito. Mas concluímos também, que vale a pena testar a capacidade praticamente excitatória de outras frutas. Mas nada de mamão papaia (sem graça!), maçã (duro demais exigindo muitas mastigadas e perda de tempo) ou fruta de conde (o que fazer com tanto caroço?????). São de efeito garantido: uvas, morangos, amoras (as silvestres fazem sucesso sendo colhidas no mato mesmo), e as cerejas, lógico... se acompanharem um bom drinque ou umas tacinhas de champange... uhuuuuuu

Bem, onde eu quero chegar? Além do orgasmo, claro...

Aprendi com ela e com meu analista muita coisa sobre tesão. O que se faz com ele? A quem ofertá-lo? De que forma? Não creio que não pensar antes no assunto fosse algum bloqueio ou um certo puritanismo, pelo contrário, nunca fui dessas coisas. Hoje vejo que não pensava nisso simplesmente por não me querer o suficiente. Sentir tesão era motivo de sobra para oferecê-lo o quanto antes. E eu, com que parte ficava? Nem sempre a parte que me cabia era ao menos boa, somente garantida, e que “aquilo era meu e que daria para quem eu quisesse”. E eu, com que parte ficava? Ficava com a falsa idéia de modernidade, independência, vingança e até um certo alívio. Bom? As vezes sim, as vezes não... quase sempre culposo. Não pelo ato em si (não era puritanismo!) mas por no fundo sentir que ofertei muito e ganhei pouco. E eu ficava em segundo plano, como em quase tudo.

Daí veio a já narrada tormenta, o intensivão de natação (força nas braçadas!!! Você consegue!!!!), os “cursinhos relâmpagos de como seduzir seu homem” com a tal amiga, as incontáveis sessões de análise... e a descoberta que eu sou a atriz principal nesse ato. Eu posso ou não, quero ou não, faço ou não de acordo, e somente de acordo, com minhas convicções e necessidades. O tempo todo é um processo de escolha, que vai desde a cor do que vem por baixo da roupinha transparente até... Essa é a parte mais crucial. Não acredito em contos de fadas, não espero um príncipe de verdade, mas uma coisa é certa, aprendi ao longo desses anos (com as conquistas e decepções) que é o meu valor que dita essencialmente as minhas regras. Se não houver intenção em mim numa visitinha ao SexShop, de que valerá? Tenho gostado muito das minhas últimas escolhas, da minha radical mudança no modo de pensar e de agir, sobretudo do meu modo de garantir o meu tesão por mim, então tenho podido ofertá-lo com todo ardor a quem faz com que a recíproca seja verdadeira. Isso é felicidade instintiva e primordial.