sábado, 27 de setembro de 2008

Evoluir ou não?

Acabo de assistir um documentário na tv que fez uma análise social e biológica das diferenças entre homens e mulheres. Muito legal! Corri para escrever...

Bem, ao contrário do que se pensa, não vou falar de nós, mulheres. Isso porque o que mais me chamou atenção não foi o que já se supõe ouvir nesses programas: a espantosa ascensão da mulher ao longo da história evolutiva da espécie humana. Dá para imaginar do que eu estou falando se pararmos para pensar na mulher se libertando da ditadura patriarcal e encarando trabalho, família e sexo com dificuldade, mas com uma incrível maestria e força. Porém, o que me saltou aos olhos foi a análise do papel do homem.

O programa falava das dificuldades que os homens andam enfrentando em se “achar” em meio a uma retirada de seu lugar cativo de dominador-provedor. Eles estão perdidos!!!! Ainda é difícil para a maioria dos homens encarar que as mulheres os querem como parceiros e não como patrões ou pais. E se a emancipação financeira é posta em questão, essa diferença dos novos tempos fica ainda mais evidente e confusa para os homens. Pensar que hoje os homens se vêem mais as voltas com a responsabilidade com os filhos, com as compras do mercado, com as tarefas do lar, com o valor a ser dado à sua parceira por todas as funções que inevitavelmente ela acumula... deve ser difícil entender, aceitar e mudar!!!

Não é por menos, então, que muitos desistam de casamentos ou façam dele um verdadeiro cenário de guerra. Que busquem refúgios nos antigos papéis que lhes eram atribuídos em outros tempos. Que, até para refazerem suas forças, procurem atitudes e comportamentos comuns a seus bisavôs, para que assim se sintam confortavelmente como antes – fortes com o domínio financeiro, entre suas múltiplas parceiras e deixando para Ela a responsabilidade do lar e dos filhos. Mas toda essa “sabotagem” tem seu preço. E nós, ou conseguimos mostrar que ele pode ser “atual” ou desistimos de tentar. E o fim se torna inevitável.

No mais, só me resta parabenizar aos que têem conseguido. Aqueles que, superando tanta dificuldade, mostram que vale a pena deixar a evolução agir, reafirmando que só os mais adaptados sobrevivem e se perpetuam.

Joyce Alves Rocha

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Mulher “desocupada”

Mais perigoso que bomba, mais desagradável que coceira, e mais corrosivo que úlcera. Assim é uma mulher “desocupada”.

Pensei nisso hoje quando, devido a uma gripe forte, fiquei de molho em casa ouvindo minha vizinha na maior faxina.

Meu Deus, quanta bobagem passou pela minha cabeça. Pensamentos vazios, aumento de ansiedade, planejamentos sem fundamentos... e isso em poucas horinhas entre um espirro e outro. Imagina dias e dias cuidando de casa e esperando o maridinho chegar!?!?!?!

Fico imaginando que vida levam minhas queridas amigas “do lar”. É uma batalha diária, uma luta sem vitória, uma total falta de brilho. E o “patrão”? Ah! Esse, até que falte alguma coisa ou algo saia mau feito, não dá o menor valor. Ah! E nem paga salário!!!! Eu já tive uma “provinha” disso e afirmo que dói mais do que os músculos no final de um dia de intenso trabalho.

Bem, se eu fosse homem garanto que por uma questão até de estratégia de sobrevivência (minha, dela e do casamento), apoiaria todas as idéias de minha mulher para estudar e trabalhar. Capacitação, especialização, graduação, pós... tudo que ela quisesse. Trabalho remunerado, voluntário, etc. Desde que ela se sentisse apoiada e valorizada valeria qualquer coisa! Digo “estratégia de sobrevivência” porque mulher desocupada gasta mais, cobra mais, aporrinha mais, chora mais, tem mais ciúme, engorda mais, embaranga mais, vê mais novela, aprende menos, ensina menos, se produz menos, evolui menos... ELA fica de menos.

O final de muitas dessas histórias é o camarada se engraçar com uma pirralha, sem nenhuma bagagem, mas com tudo em cima; ou uma colega de trabalho que vive (ao menos lá no trabalho) toda sorridente, de unha feita, cheirosinha, roupinha nova, cheia de “assunto”. Ele pode até não largar a “Maria – dona patroa”, mas os prazeres de estar vivo e eternamente enamorado ele busca em outros caminhos. Afinal, ninguém agüenta uma mulherzinha assim, né? Tu tira a razão dele???? Eu acho que não!!! Por que é tão difícil nós, mulheres, enxergarmos isso?

Está bem, está bem, às vezes dá uma vontade enorme de deixar alguém fazer tudo por mim. Pagar as contas, dirigir, estacionar, educar e brigar com os filhos, chamar o eletricista, subir com as compras, levar o carro no mecânico, etc. Essa vida de mulher moderna caaaaaaansa!!!! Mas definitivamente, o prazer que tenho com a autonomia que conquistei com meu estudo e meu trabalho não é superado por nenhuma recaída de “mulher do século retrasado”.

Joyce Alves Rocha