sexta-feira, 25 de junho de 2010

ha ha ha bla bla bla

Acredite se quiser, meu filho de 8 anos contribuiu muito para elaboraçao desse texto…

Outro dia ele disse que criou um curso de defesa pessoal para crianças e pretendia oferecer ao prefeito. Ao ouvir isso, brotaram os meus primeiros “ha ha ha”. Disse ele, que crianças precisam aprender a defender-se de bandidos, logo ele criaria uns golpes cheios de chutes, socos, bandas... que fariam com que bandidos temessem se aproximar de qualquer pirralho. Bem, nesse ponto da conversa surgiu a análise mais antropológica que podia imaginar surgir na cabecinha dele...

“Mas tem dois golpes, mãe, que só meninas podem dar. Primeiro, beijo – toda hora vocês querem beijo e nós não agüentamos! Hahhahahahaha!!! Depois o pior de todos, o golpe mais mortal, o bla bla bla bla... as mulheres falam muitooooo!!!! Nem os bandidos vão agüentar e vão sair correndo!!!!”

Me acabei de rir!!! Mas fui pensar...

Não é que o sujeitinho tem razão?!?! Quem de nós já não ouviu crítica semelhante de nossos “meninos”. Detalhamos, prolongamos, não resumimos, temos necessidade de dar opinião, etc. Desde a mais tenra idade nos diferenciamos pelo nosso bla bla bla! Realmente falamos mais que eles. Mas o pior, eles só escutam parte (uma parte bem pequena) do que falamos – são dotados de ouvido seletivo que há de vir láááá do homem primitivo caçador (rsrsrs). Daí, passamos a vida toda os acusando de não nos ouvirem!

Convoco as “meninas” a tentarem evitar espantar os “bandidos” e os “não-bandidos” com tanto latim desperdiçado! Será que alguma de nós consegue?!?!?! Temos muito que evoluir nesse sentido!!!!! hahahahaha

domingo, 25 de abril de 2010

Inquietudes e calmarias


Andei pensando sobre a maturidade…

É interessante a relação temporal com a maturidade. Hoje estou beirando os 40 (embora com carinha de “vinte e poucos" rsrsrsrs). E depois desses anos muitas vivências, sinto finalmente ter muito mais a minha vida em minhas mãos. Sinto-me mais apta a vivenciar verdadeiras tormentas marítimas típicas da juventude (busca pelo novo, reaprender a nadar cotidianamente, renovar forças, etc...) e ao mesmo tempo degustar dos prazeres de ter a serenidade de aproveitar as oportunidades e tirar delas o que há de melhor.

Digo isso muito em função do que penso em relação à emancipação. Sinto-me emancipada. Sinto-me mais livre. Hoje, cada tomada de decisão, cada vez que sinto a rédea em minhas mãos, me sinto forte. Lembro dos dias juvenis em que precisava de opiniões e aprovações para me sentir no caminho certo. Agora penso que quem determina a normalidade dos meus passos sou eu, mesmo que no caminhar (por vezes equivocado) eu tropece, sou eu quem sente as dores, e ganha experiência para aprender e continuar a andar. Só isso! E a vida continua. Continua num constante aprendizado que, creio eu, deve perdura até o fim dos dias. Certamente, não se morre disso.

Hoje vivo sem fronteiras, dou vez a minha Eros (alegria de viver), choro, rio, sorrio, sinto medo, seduzo, sobrevivo, busco, recomeço, estudo, amo, brindo, brinco, brigo, encaro, trabalho, aprendo, revejo... e vejo a vida abrindo diversas opções a minha frente. Cabe exclusivamente a mim aproveitar a força da juventude e a experiência de ter vivido um dia após o outro.

Você concorda comigo??? Já parou para pensar sobre isso???

Joyce Alves Rocha

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Brincando de casinha de novo?

Acho que as meninas que gostavam (gostam) de brincar de casinha vão me entender bem...
Lembra quando a gente era pequena e ficávamos horas e horas arrumando a casinha para brincar? Cada potinho, cadeirinha, roupinha na boneca, comidinha (falsa ou não) na mesinha posta, vasinhos com flores recém colhidas... tudo, tudo em seu devido lugar... ou quase!

Grita a mãe:
- Menina, hora de juntar os brinquedos, a brincadeira acabou!

A sensação era horrível!!! Como destruir tantos sonhos, desperdiçar tanto trabalho e energia??!!!?!!! Impossível isso não causar danos ao nosso imaginário, ao nosso querer mais! Como lidar com essa, ao menos aparente, perda?!?!

Pensávamos:
- Droga, logo agora que ia ficar bom?!!!!

O inevitável:
Faço como quem não escutou o grito? O que guardar primeiro? Como preservar meus planos, minha rica arquitetura de vida imaginária? Será que posso deixar um pouco montado para amanhã brincar mais e não ser tão difícil o recomeço? Não, nunca valia à pena... no dia seguinte nunca tinha a mesma graça!

É, mais uma metáfora...

Penso que carregamos essa mesma sensação durante e quando findamos (ou estamos prestes a) uma relação, mais precisamente um casamento. Como encarar que está na hora de “guardar os brinquedos”? Como controlar a vontade de “brincar mais”, mesmo quando assumimos que a brincadeira já nem estava mais tão divertida assim? Será que deveríamos ignorar o que diz “a mãe” e continuar brincando até que o brinquedo se quebre? Ou será que é melhor guardar mesmo e noutro despertar começar uma chance nova de “brincadeira de ser feliz”?
Sei lá, só sei que nenhuma dessas escolhas ou respostas é assim tão fácil. E cada um deve procurar o que está dentro de si e não esquecer de si na hora de responder. Acho também que talvez a brincadeira fosse mais fácil e fértil se os “brinquedos” falassem. Que o que é inanimado na relação sempre se manifestasse, facilitando “o tornar divertido” cotidianamente. Mas, esse querer que eles falem precisa ser construído, e nossos ouvidos e vozes treinados para dialogarem na mesma língua, caso contrario, pouco a pouco a brincadeira perde o encanto, e se partem dentro de nós todos os brinquedos postos cuidadosamente, um a um, na nossa pretensa eterna “brincadeira de casinha”.

Joyce Alves Rocha