terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Tira o pijama de bolinha!

“Nossa quanta energia!”, “Sua pilha não acaba!”, “Essa adora uma night!”; “Que pique!”, etc. Essas costumam ser as expressões das pessoas quando falam da minha disposição para farras. Pois é, não vou esconder que até sinto um pouco de orgulho disso. Sabe por que?

Considero a vontade de sorrir e ser alegre um excelente remédio para qualquer mal. Todas as vezes que fico triste por algum motivo, penso nos tantos outros motivos que tenho para ser feliz. Claro, às vezes leva um tempo para que o remédio faça efeito, mas procuro administrar logo uma dose cavalar para encurtar o lapso de atuação medicamentosa. Ouço música (muita música), danço, bato um bom papo com amigos reais e virtuais, vou a um barzinho, recebo visitas para petiscar e bebericar, escrevo, pinto, bordo, quando tenho condições (com essa energia toda tenho dificuldade de concentração) leio... tudo isso na tentativa de distribuir bem as energias e o foco evitando focar onde não terei bons resultados ou que não valem a pena.

E é por isso mesmo que uma coisa que me agonia muito é ver pessoas de “pijama de bolinha”. Ouvi isso numa marchinha de carnaval e achei o máximo!!!!!! Considerei e defini que estar de pijama de bolinha é estar na cama vendo a vida passar, é estar aposentado da vida, é estar vendo a vida pela telinha, é se esconder atrás de um mundo “internético”, é achar que o mundo é pequeno, é se fazer vazio, é estar sem garra e sem tesão (nada mais broxante que um pijama desses)...

Tudo bem que não quero estar certa e dizer que o gosto pela tal vestimenta é um erro. Só parei para pensar nisso e me pergunto: como essas pessoas não percebem que a vida passa?!?! Conheço um monte de gente que faz essa opção e é feliz, mas a maioria exala um cheiro de arrependimento ou tem um tom de quem está carregando um peso terrível.

Mas não me subestime. Não falo só de animação e farra não. Sou mulher adulta e não considero que tudo se resuma a tão pouco. Vejo com pesar pessoas que não estudam (amo estudar!), que não trabalham, que não desejam, que se fecham para o novo, que temem a vida, que se prendem a dogmas, que se aprisionam nos seus paradigmas infinitos... enfim, que não sabem viver. Pode até ser que eu não saiba viver, mas considero que essas pessoas nem ao menos vivem.

Eu, assim como qualquer outra pessoa, também tenho meus altos e baixos (dentro e fora). Já me aprisionei e libertei algumas vezes. Mas as piores prisões foram as que eu mesma construí ou permiti que construíssem ao meu redor. E dessas, toda vez que saí, foi como se estivesse nua. Dava medo (estava peladona correndo por aí hehehe), mas a sensação de não ter nada que me impedisse de sentir o vento não tinha preço!

Agora, não ouse fazer julgamento do tempo! Ao contrário do que estamos habituados a pensar e criticar, o tempo está a nosso favor. Ele nos amadurece. Ele passa, às vezes parecendo até cruel já que, ao menos biologicamente falando, perdemos a vitalidade, porém é ele que nos permite e nos dá a oportunidade de viver. A nós cabe saber aproveitar tudo, absolutamente tudo, que temos. Dia após dia é preciso se agarrar a vida, para que lá na frente o tempo não se mostre mais cruel do que na verdade foi ou é. Deve ser horrível olhar para trás e pensar... por que passei a vida de “pijama de bolinha”? Por que agora vou partir para outra e nem vivi essa?

Então, sem ser pretensiosa de querer aconselhar a ninguém, se você gosta de samba ou não, de tango, jongo, de cinema, de uma cervejinha, de meninos ou meninas (ou dos dois), de praia, da night, de TV, de livros, de cama mesa e banho, de gente, de biblioteca, de comer, de beber... tanto faz seu gosto ou seu estilo, viva e deixe viver! Equilibre sua vida, TIRA O PIJAMA DE BOLINHA e vá curtir a sua maneira!!! Certamente, quando for a hora de olhar para trás tudo vai ganhar um novo sentido.

Joyce Rocha

3 comentários:

Eliana Tavares disse...

Concordo com você, temos de viver. A liberdade é assustadora e algumas pessoas preferem ser alimentadas nas prisões. Porém, nada se compara ao prazer de ter de buscar, a cada dia, o seu alimento e viver o caminho.
Beijosssss

Anônimo disse...

Joyce ,
Confesso que me emocionei lendo suas palavras , relembrando suas histórias e aprendendo com o seu amadurecimento literário. Amadurecimento sim! Pois o despertar foram nas dezenas de diários espalhados por sua vida! Onde estarão eles? Guardados? Espero que sim. Imagina a felicidade e o orgulho que seu filhote teria no futuro lendo ( com algumas restrições, é claro hehe) as páginas da maravilhosa história de sua mãe. Muitos beijos e tentarei ser , na medida que minha vida corrida permite, um frequentador constante desse espaço !

Unknown disse...

Tudo que vc escreve tem muito sentido e é a pura verdade, eu realmente tirei o meu pijama e nunca mais quero coloca-lo.
Bjus