Sempre houve cor. Não houve engano. Mas, as idílicas cores de embaralhar a visão do real ofuscaram.
Nas cores quentes de verão, algo se queimou, ardeu, abalou, caiu, assombrou, mas sobretudo resistiu.
Sobreviveu.
Resistiu porque se sabe amor, e dos bons.
Como diz Aleluia naquela canção, na "linha do horizonte tem um fundo cinza", é para lá que quero caminhar. Quero recorrer ao cinza de onde pode vir brotar a verde esperança e novas cores. Creio porque "a massa encefálica é cinza", mas as cores são guardadas no coração.
"Não aceito quando dizem que o fim é cinza", que "quando tudo finda é cinza"
Não, eu confio na cura colorida da poesia. O ar poético tem o poder de soprar a poeira que arranha a visão lacrimejada e ardente pelo fogo do medo. A poesia limpa pois dela sopra vento que deixa exposta a Fênix de nossas almas amantes. "Vamos renascer das cinzas da purificação".
Neste dia cinza, a poesia escolheu me fazer sonhar colorido de novo. Leio poesias e me reencanto com o céu. "Me vejo uma amante que o cinza desnudou".
"Vamos celebrar o cinza com amor", "Vamos celebrar que o amor há de renascer das cinzas", "Vamos celebrar o cinza com amor". Vamos recolorir o que nos uniu, o verdadeiro amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário